Eu sei... Tanto temos ainda para crescer. Em nossa imaturidade, parece tão mais fácil mentir, enganar, distorcer e ocultar do que permitir que o outro nos veja, inocentemente, nus e desarmados, como viemos ao mundo. Ser inteiro e verdadeiro é tarefa de tal monta que escapa à limitada capacidade dos covardes. Admiro com toda a minha alma aqueles que bancam seus valores, mesmo quando são discordantes dos valores da maioria. Admiro os que são capazes de expor suas chagas e feridas, que desfilam sua feiura, seus medos e vulnerabilidades, de peito aberto, corajosamente, sem máscaras. Ninguém é verdadeiro "pelo outro". Nesse caso a mentira sempre parecerá mais conveniente. Aqueles seres raros e lindos que são capazes de sustentar a verdade o fazem por si, pela pessoa que decidem ser, pelos valores que passaram a fazer parte de seu ser. Verdade não é uma atitude que escolhemos ou não. Verdade é o que se é. Ou não... E nesse caso, não importa o quanto seja polida, a máscara sempre será apenas uma máscara, uma pretensão, um desejo de se ser o que não é, o sorriso triste do palhaço. A mentira traz em sua bagagem a ausência de dignidade, a falta de paz, o medo constante, a morte da espontaneidade, a separatividade (de nós mesmos) e uma vergonha que, mesmo que sejamos capazes de ocultar do mundo, nunca deixará de nos queimar em brasas, marcando nossa pele como fazem os fazendeiros com o gado. Não sou eu quem vai dizer a ninguém que caminho seguir ou escolher. Prezo imensamente a liberdade de escolha de cada Ser e acredito no livre-arbítrio. Mas não deixo de desejar, em meu íntimo, que sejamos capazes de fazer o nosso melhor para mantermos nossa pele longe dos ferros ardentes que inevitavelmente marcam aqueles que se contentam em fazer parte dos rebanhos. |
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