Mais um post em parceria com a Editora Realejo e Elizabeth Kantor:
By Elizabeth Kantor
No amor, busque a felicidade
Todas as heroínas bem-sucedidas de Jane Austen têm o mesmo objetivo. No amor, elas buscam a felicidade. É o que elas buscam, no que diz respeito aos homens, e é o que elas desejam para seus amigos.
Soa simples demais, não? Isso não é óbvio? Todo mundo quer ser feliz, certo?
A resposta curta é não.
Ou melhor, claro que nós todos queremos ser felizes. Se a vida nos fizesse a pergunta dessa forma – escolha um ou outro, felicidade ou tristeza – não teríamos problemas em acertar a resposta. No entanto, Jane Austen se esforça para nos mostrar que as questões importantes da vida não vêm assim. A felicidade não vem servida em um prato bonito.
Não ajuda a pensar, mas é claro que quero ser feliz. A diferença entre o é claro que quero ser feliz e a busca séria pela felicidade é sutil. Mas entendê-la é absolutamente crucial. O vago é claro que quero ser feliz é comum a todos. A busca por uma felicidade racional e permanente é o que diferencia as heroínas de Jane Austen.
Para ajudar a esclarecer a diferença, vamos tomar como exemplo o diálogo a seguir em Orgulho e Preconceito, “Elas podem apenas desejar a felicidade dele, e se ele está ligado a mim, nenhuma outra mulher pode proporcioná-la”, diz Jane Bennet a respeito das irmãs de Bingley. Mas Elizabeth aponta a falha no argumento de Jane, “sua primeira premissa é falsa. Elas podem desejar muitas outras coisas além da felicidade dele; elas podem desejar o aumento de sua fortuna e posição; elas podem desejar que ele se case com uma garota que tem toda a importância conferida pelo dinheiro, boas relações, e orgulho”. Se você perguntasse as irmãs de Bingley se elas desejam que ele seja feliz, elas responderiam que sim. Claro que sim. Elas nunca o tornariam infeliz apenas para arruiná-lo. Mas a vida não apresenta essa pergunta de forma abstrata. Você não pode escolher sim ou não, a favor ou contra tudo que é claro que você quer.
Para chegar ao amor feliz, você deve achar o caminho em uma floresta de desejos conflitantes. No processo, é fácil que um objetivo do tipo “mas é claro que eu quero isso” seja deixado de lado por causa de coisas completamente diferentes nas quais você vem realmente depositando seu tempo e energia. É apenas em retrospecto que você vê quando deixou passar algo que realmente queria.
Quantas de nós querem perder peso? Claro que queremos. Mas não podemos escolher gorda versus magra de forma abstrata. Precisamos nos concentrar em sermos magras e a manter o foco em meio a um mundo de refrigerantes de meio litro e potes de sorvete gigantescos.
Da mesma forma, se você perguntar a qualquer mulher, “você quer ser feliz?”, ela vai responder que sim. Mas essa é uma resposta para a pergunta isolada, que nunca é a forma que virá no meio das complexidades da vida real (ou a coisa mais perto disso, um romance de Jane Austen). A pergunta verdadeira não é “você quer ser feliz?”, é “o que você quer?”. Em outras palavras, qual é o objetivo – dentre os vários focos conflitantes que você adotaria se lhe fossem servidos em um prato com acompanhamento ao lado – que você está buscando de fato? (Com sua energia e tempo limitados e toda a capacidade que você possui). Quando você visualiza o que quer do amor, qual é a imagem que aparece? Você realmente está esperando um final feliz para sempre?
Para nos inspirar, Jane Austen nos mostra heroínas que encontram o caminho para a felicidade. Mas, para nos alertar, ela também nos mostra mulheres que não conseguem. Elas não falham porque estão procurando o amor nos lugares errados, mas porque elas estão procurando por outras coisas quando deviam estar buscando a felicidade no amor.
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