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Meninas, sou contra. Se quiser pular a explicação e voltar na semana que vem, taí a resposta: sou contra e acho uma besteira.
A história é esta: uma leitora escreve e conta um drama virtual. O drama: “João, o negócio é o seguinte: meu namorado vinha naquela fase solteira, cheio de casinhos e coisa que o valha. Começamos a namorar, mas, poxa, o Facebook dele continua atacado por umas periguetes. Sei lá. Não me parecem muito amigas. Não conheço. Mas elas comentam foto, dão curtidas, nada muito agressivo, mas acho chato e sei lá mais o que pode estar rolando. Daí, pensei comigo: ‘pombas, se existe status de relacionamento, ele tem alguma função, né? E a função é essa: avisar pras biscates que ele tem dona! Pedi a ele pra gente botar que estamos namorando e sabe o que ele disse?”
[Ah, meninas, eu paro a aspa pra fazer um meio suspense. Meio suspense porque acho que já sei o que ele disse. E aposto uma balinha com você que ele disse o seguinte: não.
Mas vamos ver o que ele disse]:
“João, ele disse não!”
[Não disse, meninas]
“Disse não, João! Disse que ele não curte essas coisas de intimidade no Facebook. Que acha chato quando vê um casal anunciando separação via Facebook. E que se existem essas meninas comentando no perfil dele, não podia fazer nada. Que eu preciso confiar e deixar essas coisas pra lá… O que eu faço, João? Me ajuda? Ele não assume no Face porque tem segundas intenções?”
Olha, ele faz é muito bem. Claro, não sei nem um terço dessa confusão. Precisava saber o teor do periguetismo na página dele. Mas eu diria – e vou dizer essa bronquinha com a maior das doçuras – que você tá com minhoquinha na cucaE que faz muito bem ele em não anunciar.
Ah, meninas. Eu não vou ficar aqui martelando o que todo mundo anda martelando pra depois fazer exatamente aquilo que estava martelando: que a gente recria a vida no Facebook, que a gente reedita, que a gente passa um filtro, um Sierra, um Willow, um Lo-Fi, um Earlybird, um Brannan e um [adoro esse] Amaro na vida, nas viagens, nos romances, no trabalho, no pôster do quarto, na disco de vinil, na taça de vinho, no cachorro, na criança e na vitrola; enfim, que a gente passa um filtro na vida e que a rede social faz de você um espelho pro outro, isso tudo a gente sabe e é causa um sabor maravilhoso de detectar e atacar. O inferno é sempre o outro.
Mas eu não farei isso. Acho que se a rede social é um negócio tão bilionário de gente e de dinheiro é porque o negócio é bom também e meio inevitável.
O que quero fazer aqui é outra coisa: defender o direito a ser um low profile da rede social. E de não exagerar. Faz muito bem o seu rapaz: se não dá pra evitar a baranguice que é a gente num Facebook, tenhamos um pouco de modos, então.


  • J. ANTÔNIO

    Meu nome é J. Antonio e sou um amador. Jogador de futebol amador, jornalista amador e poeta amador. Frequento duas academias: a de Letras e a do bairro. Na última, convivo e suo ao lado de halteres e halterofilistas amadores. E ao lado de meninas, que brincam de fuzilar gordurinhas, todas lindinhas, molhadas e com calça fusô (minha leitora: é 'fusô' ou 'fuseau' o nome da calça? Eu tenho essa dúvida). Mas dizia que sou poeta e malhador. Aos fins de semana, gosto de correr e comer. Sou bruto e macho, mas sensível. Choro escondido – e ó, se um amigo me perguntar, eu nego. Eu nego! Mas sim. Quando a coisa aperta, quando a vergonha afrouxa, ou quando uma de vocês, mulheres, me machuca, eu choro. É assim desde que nasci. Há 30 anos. REVISTA MARIE CLAIRE

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