Além de terem curta duração, estas relações têm entre si uma outra semelhança: quando terminam, a sensação que fica é a de que aquele par não era a pessoa certa que parecia ser. Depois de sucessivas frustrações você começa a achar que realmente não tem sorte, que "atrai" pessoas problemáticas ou difíceis e até mesmo que seu cupido é burro, pois sempre acerta a pessoa errada.
O que acontece é que quando culpamos a sorte, a "atração" ou o cupido, parece que estamos colocando fora de nós toda a responsabilidade pelos nossos insucessos no amor. É até compreensível que façamos isso, pois às vezes é difícil mesmo entender o que está acontecendo, é complicado avaliar por que as coisas não estão dando certo ou – o que é mais importante – perceber como podemos estar colaborando para que as relações estejam tendo esses desfechos frustrantes.
Antes de qualquer coisa é importante ressaltar que quando falo da nossa própria responsabilidade ou colaboração para os insucessos no amor, não estou de maneira alguma apontando culpados. Isso porque relacionamentos talvez sejam a coisa mais complexa com as quais precisamos lidar em nossas vidas. O sucesso de uma relação não depende de um ou dois fatores, mas de uma combinação de diversos deles. Muitos desses são externos e fora de nosso controle. Outros, por sua vez, dizem respeito a nós. Nossas escolhas, a forma como vemos o mundo, a maneira como agimos nos relacionamentos. São justamente esses últimos os que podemos modificar, mesmo que essa mudança não seja algo fácil. Em outras palavras, se não podemos mudar o comportamento e a forma de pensar do outro, podemos fazer isso com nossos próprios comportamentos e forma de pensar.
Dito isso, vamos deixar o pobre do cupido de lado e pensar como você próprio pode estar colaborando, mesmo sem perceber, para que as suas relações estejam repetidamente dando errado.
É muito comum que o desfecho decepcionante das relações esteja diretamente ligado ao seu início. Isso significa que o final frustrante frequentemente é causado, em grande parte, por uma escolha "torta" lá no comecinho. E essa escolha "torta" geralmente é causada pelo grande desejo de ter alguém. Você quer tanto (mas tanto!) ter um par, que aceita o primeiro que aparece e vê nele todas as qualidades que às vezes ele sequer tem. Você quer tanto ver um príncipe/princesa que acaba vendo um/uma. Essa fantasia, no entanto, não pode durar muito e mais cedo ou mais tarde você começa a enxergar a pessoa real, muito diferente daquela que era apenas fruto da sua imaginação.
Minha sugestão nesses casos é que, acima de tudo, se tenha calma. Escolher um par não é algo que se deva fazer de maneira afobada ou apressada. É preciso ter critérios e é importante dar todos os passos necessários, sem querer pular etapas fundamentais para os relacionamentos. Quando nos apressamos perdemos nossos critérios ou pelo menos os reduzimos a um mínimo. E você certamente não merece o mínimo.
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