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por Tággidi Ribeiro



"A família é sagrada. Lutamos para proteger a família." Esse é o discurso da Igreja Católica e das igrejas evangélicas ao condenar a homossexualidade e o feminismo. De fato, homossexualidade e feminismo são uma ameaça à única forma de família aceita por essas religiões, qual seja, a que conta um pai homem e uma mãe mulher, unidos sob quaisquer circunstâncias até a morte. E filhos, claro. 

A homossexualidade é ameaça porque tira da berlinda o homem que ama outro homem e a mulher que ama outra mulher, não os obrigando a casar para manter as aparências, como muito comumente acontecia - e acontece. Quem tem amigos gays sabe que há muitos, sim, muitos homens (sobretudo), mas também mulheres homossexuais que vivem a chamada vida dupla. Você aí casada ou casado, nem suspeita, mas pode estar casado (a) com um (a) homossexual.

O feminismo, por seu turno, afirma a insubmissão da mulher, iguala-a ao homem em direitos e deveres. O feminismo vem para dizer que, em primeiro lugar, a vida da mulher já é uma vida completa e não depende de um homem ou um filho para se 'realizar'. A mulher que se entende como vida que vale por si pode permanecer solteira e sem filhos, ou separar-se caso julgue que sua relação não lhe é proveitosa, o que certamente é uma ameaça à família das igrejas homofóbicas e misóginas. 

Não: racismo, sexismo, homofobia, violência. Amor. Paz.
O mundo novo que se descortina e afronta essas religiões dá ao indivíduo a possibilidade de ser ele mesmo - de não representar papeis, de não sofrer com imposições, de fazer suas escolhas, de não ter seu quarto e sua intimidade invadidos pelos dedos acusadores de deus.

Obviamente, sempre haverá um olho dentro de nossos quartos - mas um olho benéfico tenta impedir que estupremos outras pessoas, abusemos de crianças, batamos em nossos companheiros, enfim, que cometamos atos não consentidos entre as partes, ou falsamente consentidos, e que causem dor física e psicológica.

Criminosos elegem o novo papa da igreja. (Clique para ampliar)
Que fique claro o que chamo de ato falsamente consentido: a filha que 'deixa' o papai abusar sexualmente dela não consentiu; o menino que 'deixa' o padre abusar sexualmente dele não consentiu; a esposa que mesmo não querendo 'deixa' o marido fazer sexo com ela não consentiu. As figuras de autoridade do pai, do padre, do marido usam de seu poder para impor seu desejo ao outro e, então, o culpam. Ou vocês não se lembram do padre que disse, sobre milhares de denúncias de pedofilia na Igreja Católica, que os jovens são culpados por seus abusos, pois provocam? Ou do padre que, ilustrando um estupro com caneta e bocal, disse que não há estupros?

Enfim, o que quero dizer é que a sagrada família das igrejas homofóbicas e misóginas deveria ser chamada de monstruosa família porque comporta todos os crimes cometidos por sua máxima autoridade: o pai. Essas igrejas sempre toleraram o estupro, o abuso, a violência doméstica, a tortura psicológica, até porque elas cometiam e cometem esses mesmos crimes, tendo também deus, o pai, como máxima autoridade. Não por acaso, na Bíblia, o estupro de uma mulher é uma desonra para o pai ou para o marido, mas preferível ao estupro de um homem, como se vê em Juízes, 19.

Não se iludam, um deus homofóbico e misógino foi construído à semelhança do homem e, da mesma forma, a família de suas religiões. Esta, afrontada pela igualdade, sucumbirá toda vez que um marido estuprar uma mulher (seja ela sua parenta ou não) ou nem se formará, pois homossexuais deixarão de sofrer repressão, poderão casar-se e ter filhos, se quiserem. Outras famílias se formarão, mais justas e mais felizes.

Esse é o verdadeiro terror das igrejas: gente feliz. Gente feliz esquece de dar dinheiro pra igreja com muita facilidade, ou se esquece da própria igreja. Se fôssemos felizes, Marco Feliciano não existiria.








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