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No futuro, cada pessoa terá tratamento médico personalizado, orientado por seu perfil genético, proteico e metabólico. Mas, além de benesses, essa revolução médica trará grandes desafios, em especial no campo ético, como aponta o Nobel de Química Aaron Ciechanover em evento em Lindau, na Alemanha.

Para o biólogo israelense Aaron Ciechanover, vivemos a terceira revolução da medicina, que nos levará a um modelo em que as características únicas dos pacientes e das doenças ajudarão a definir seus tratamentos. Atualmente, as doenças ainda são, em sua maior parte, tratadas de forma ampla, sem considerar as diferenças genéticas entre os indivíduos. Além disso, os tratamentos não levam em conta que uma mesma doença, como o câncer de mama, pode estar associada a genes variados. Esse cenário em que as características únicas dos pacientes e das doenças não auxiliam na definição da abordagem terapêutica adotada deve mudar graças à terceira revolução da medicina. É assim que o biólogo israelense Aaron Ciechanover, laureado com o Nobel de Química de 2004 por elucidar processo de degradação e reciclagem de proteínas, batizou o crescente uso dos testes genéticos para orientar o tratamento de doenças. Em sua palestra, ministrada na terça-feira (02/07) no 63º Encontro de Prêmios Nobel em Lindau, na Alemanha, Ciechanover falou sobre essa medicina personalizada e alguns de seus desafios. Para o biólogo, que trabalha no Instituto de Tecnologia de Israel, a primeira revolução da medicina ocorreu nas décadas que precedem 1960. Ela foi caracterizada por descobertas acidentais, como a da penicilina, o primeiro antibiótico da história. A substância foi descoberta pelo biólogo escocês Alexander Fleming (1881-1955), quando este esqueceu uma placa de Petri aberta e percebeu que as bactérias cultivadas nela não cresciam próximas a um fungo que havia contaminado a placa. Ciechanover: “A medicina está deixando de ser ‘tamanho único’ para ser pessoal” Já a segunda revolução ocorreu entre os anos 1970 e 2000 e foi marcada pela maciça triagem de grandes bibliotecas de compostos químicos na esperança de se encontrar alguma substância com potencial médico. Esse foi o caso das estatinas, amplamente usadas no controle dos níveis de colesterol do corpo. “Nesses dois períodos, a descoberta ocorria antes que se conhecesse o mecanismo de funcionamento das drogas, sendo estes elucidados mais tarde”, comentou Ciechanover. Com a observação das diferentes respostas dos indivíduos a tratamentos iguais, percebeu-se que doenças como o câncer, mesmo um tipo específico, têm variações. “Assim, existe câncer de mama A, B, C etc., com perfis genéticos distintos”, disse o biólogo. Segundo ele, essa constatação está levando à terceira revolução da medicina, que já se manifesta pela realização de testes genéticos para identificar o potencial de um indivíduo desenvolver determinada doença e auxiliar na escolha de seu tratamento. “A medicina está deixando de ser ‘tamanho único’ para ser pessoal”, ilustrou Ciechanover. OS 4 ‘P’sO biólogo afirmou que a terceira revolução é caracterizada por quatro ‘P’s: personalizada, previsível, preventiva e participativa. Nessa nova fase da medicina, o conhecimento do perfil genético do paciente e do mecanismo de ação da droga permitirá não apenas escolher o medicamento mais apropriado, como também saber se aquela pessoa terá alguma reação adversa. “Reações adversas a drogas estão entre a quarta e a sexta causa de mortes nos Estados Unidos”, alertou Ciechanover. Munidos dessas informações, pacientes e profissionais de saúde poderão discutir a melhor abordagem para lidar com a doença ou medidas que ajudem a preveni-la. Segundo o pesquisador, essa era da medicina personalizada será caracterizada pelo emprego de tecnologia de sequenciamento genético mais rápida e barata, capaz de sequenciar a totalidade dos genes de um ser humano (genoma) em algumas horas e por menos de mil dólares.
TESTE GENÉTICOSegundo Ciechanover, a era da medicina personalizada será caracterizada pelo emprego de tecnologia de sequenciamento genético mais rápida e barata e já se manifesta pela realização de testes genéticos para identificar o potencial de um indivíduo desenvolver determinada doença. Haverá ainda a identificação e caracterização de marcadores moleculares para as várias doenças, assim como o desenvolvimento de drogas que modulem a atividade desses alvos biológicos. “Mas o genoma é só o começo; o perfil proteico e metabólico – o proteoma e o metaboloma – também serão importantes”, ressaltou o biólogo. VAZAMENTO DE GENOMAOs obstáculos para o uso de testes genéticos na medicina são inúmeros e Ciechanover listou vários de aspecto técnico, como o fato de diversas doenças terem origem multigênica, ou seja, serem causadas por mais de um gene. A dificuldade de se realizarem experimentos em humanos e a ausência de modelos animais confiáveis complicam ainda mais a situação. “Já salvamos milhares de camundongos de câncer, mas na hora de transferir esse conhecimento para humanos, a coisa fica mais complexa”, brincou o biólogo. Poderemos ver no futuro vazamentos de genoma similares aos que ocorrem com outros tipos de informações sigilosas Mas o grande problema para Ciechanover é a questão bioética. Uma medicina personalizada requer grandes bancos de dados com registros dos genomas das pessoas. “Quem garante a segurança dessa informação?”, indagou. “Lembrem-se: são dados que não só ajudam no tratamento, mas também indicam a possibilidade de doenças futuras.” Ele acredita que poderemos ver no futuro vazamentos de genoma similares aos que ocorrem com outros tipos de informações sigilosas. O biólogo alertou ainda para o fato de a tecnologia de diagnóstico estar se movendo mais rápido do que o resto da medicina e citou o caso da atriz norte-americana Angelina Jolie, que recentemente anunciou possuir um marcador genético que aumenta consideravelmente suas chances de desenvolver câncer de mama e se submeteu à retirada preventiva de ambos os seios. Embora tenha elogiado a coragem da atriz, Ciechanover ressaltou que, por um lado, Jolie resolveu seu problema, mas agora sua filha tem outro: “Quando ela completar 16 anos, deve se testar? Se o teste for positivo, o que fazer?” E concluiu: “Não conhecemos o futuro e gostamos disso.” FONTE: http://cienciahoje.uol.com.br

Os seriados médicos estão na moda. Bom, você já deve ter visto pelo menos um ou dois programas sobre emergências hospitalares. O nome mais famoso entre os doutores da TV no momento é House (a série está em sua oitava e última temporada), e esse personagem especificamente tem uma boa sacada sobre a profissão: ele mostra como os médicos pensam, na verdade, com a mesma lógica que Sherlock Holmes. Isso não é uma surpresa, já que o Dr. Arthur Conan Doyle se inspirou em um dos seus professores de medicina para criar o detetive da ficção. Mas o que é importante aprender com os dois é que, nas palavras de Holmes, quando você eliminou o impossível, o que sobrar, por mais improvável que seja, deve ser a verdade. Na faculdade, nós aprendemos a não agir com precipitação. Somos orientados pelos professores a fazer uma lista com todas as possíveis explicações para os sintomas do paciente, e classificarmos as hipóteses na ordem da mais à menos comum ou mais fatal, e depois coletamos a evidência necessária para descartar cada item da tal lista, até que o que sobrar, seja o que for, deve ser a verdade. Muitos médicos ficam incomodados, ou até mesmo nervosos, quando acham que um paciente está diagnosticando a si mesmo. Essa mania pode, sem dúvida, causar problemas – e a internet deixou isso muito mais fácil. Mas alguns de nós também acreditam que as pessoas mais caladas nas consultas – estou falando dos homens – tornam-se mais propensas a procurar ajuda se puderem encontrar informação básica on-line antes de ir até o especialista. É compreensível que você queira entender o que nós dizemos tecnicamente para se sentir mais seguro do diagnóstico. Claro que nada substitui o conhecimento de quem estudou a fundo a doença que você pode ter (ou não), mesmo que a busca on-line já tenha oferecido um nome da encrenca. Mas essa curiosidade não é ruim. Muito pelo contrário, ela pode ajudar. Numa emergência, você é responsável pela análise da situação e pela reação que pode salvar a sua vida (ou de outra pessoa). A decisão de pegar o telefone e marcar uma consulta ou chamar ajuda não vai ser do médico: ela tem que vir de você. Por isso, é bom que saiba o que está acontecendo. É aqui que começa a arte de diagnosticar. Veja como sintomas comuns ajudam a reconhecer o que está acontecendo com você e quando é preciso correr para o hospital mais próximo. DOR DE GARGANTA, TOSSE, NARIZ ESCORRENDO É resfriado, certo? Nem sempre. Desconfie se você não tem congestão nasal, a tosse é seca, a febre está acima de 38 °C ou a doença começou subitamente e você se sente como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Esses são sinais de gripe. Nesse caso, se sua saúde estiver boa, o médico pode mandar você embora do consultório tranquilamente. Mas, se você tem cardiopatia, doença pulmonar, diabetes ou qualquer problema que restrinja a ação do seu sistema imunológico, o especialista vai decidir se você precisa de antiviral. E se, enquanto estiver gripado, sentir falta de ar com o menor esforço, começar a expelir um muco nojento quando tossir ou a febre voltar com calafrios e tremores, procure ajuda imediatamente. Você pode estar desenvolvendo pneumonia. DOR DE CABEÇA As dores de cabeça têm uma variedade enorme, desde a dor fraca, que atinge todo mundo, até a batida agoniante acima de uma das orelhas ou aquele espeto em brasa enfiado no seu olho. Algumas trazem alucinações visuais, cheiros imaginários, vertigem, vômitos ou uma aversão à luz clara e à conversa. A maioria delas não representa perigo, mas nem toda dor é uma simples cefaleia. Em algumas situações, o desconforto pode esconder algo mais sério. Fique de olho nestes casos… Dor instantâneaSe ela o atingir como uma flechada do nada e se intensificar em minutos, tornando-se insuportável, corra para a emergência. As causas prováveis são quase todas fatais. Dor do sexo/exercícioUma cefaleia forte que chega rápida e furiosamente com esforço físico violento ou em um momento de orgasmo precisa ser investigada – pode ser uma hemorragia. Dor que se espalha para o pescoçoIncômodos que se espalham para outras partes do corpo podem ser sinal de meningite ou hemorragia. Busque ajuda, especialmente se você tiver febre, se recupera de uma infecção bacteriana, tem urticária ou não consegue raciocinar com clareza. Dor que não tem fimSe ela vai e vem por dias, acompanhada de febre, distúrbios visuais e têmporas doloridas, pode sinalizar uma inflamação das artérias que pode deixá-lo cego. Vá ao médico já! Dor “contagiosa”Você está em casa, com janelas fechadas, e ao longo do dia sua dor de cabeça piora. Se outra pessoa sentir o mesmo, pode ser gás vazando. Vá para um lugar aberto na hora e depois cuide do reparo. Dor que piora há semanas, acorda você e marca presença logo pela manhãÉ o padrão clássico de uma massa que se expande lentamente dentro do cérebro, ou seja, um tumor. Não deixe para amanhã a consulta médica e a ressonância magnética. CAROÇOS Normalmente, são nódulos linfáticos que estão inchados porque as células do seu sistema imunológico estão ocupadas fazendo o que têm que fazer. Caroços no pescoço, axilas ou virilha geralmente sugerem uma infecção nas proximidades ou alergias. Nódulos inchados e moles, tipicamente localizados no pescoço e acompanhados de uma dor de garganta forte, são mononucleose (doença viral transmitida pela saliva que causa hipertrofia do fígado e do baço) até que se prove o contrário. Não há muito o que fazer sobre isso, mas, para evitar uma ruptura no baço, vá ao médico para um teste rápido para confirmar a suspeita e, até o resultado sair, dê um tempo nos esportes de contato. Caroços combinados com febre também podem ser indicativos de HIV, tuberculose e lúpus – três casos em que se deve procurar tratamento rapidamente. No caso de você ter alguma dúvida, caroços nos testículos nunca são normais. Qualquer um que apareça sobre os músculos peitorais também precisa ser examinado porque os homens também podem ter câncer de mama. E um nódulo linfático inchado que não desaparece em uma ou duas semanas, especialmente se é firme e imóvel, deve ser submetido a uma biópsia para checar se é câncer. “Em uma emergência, você é o primeiro responsável pela análise da situação. A decisão de chamar ajuda tem que vir de você” CABEÇA VAZIA Se alguma vez já experimentou isso, você não se esquece da sensação horrível de náusea, suor frio e da consciência fugindo. A sua avó chama isso de desmaio; o termo preferido pelos médicos é “síncope”. O apagão manda muita gente para o pronto-socorro. A maioria das vezes, ele não traz problema e é causado por uma desidratação ou algo chamado reflexo vasovagal – um órgão interno estimula o seu nervo vago, que sinaliza para o coração desacelerar, o que pode acontecer se você está com intoxicação alimentar e as suas vísceras se contraem por causa de um sushi suspeito. Algumas outras causas da síncope são menos inofensivas. Para começo de conversa, arritmias cardíacas podem fazer você perder a consciência. E, como elas são potencialmente fatais, qualquer desmaio precisa passar por diagnóstico no hospital. Também existe uma doença genética relativamente comum conhecida como cardiomiopatia hipertrófica, que faz com que homens jovens desmaiem durante o exercício, e algumas vezes caiam mortos. Se você sentir tontura quando se levanta e se fica facilmente sem fôlego quando se deita ou de repente, no meio da noite, não deixe de ir ao médico. MANCHAS As erupções cutâneas são bastante comuns mas, às vezes, elas são o primeiro sinal visível de uma calamidade. O tipo mais comum de mancha é a dermatite de contato: a pele fica vermelha e coça – é feia, mas nada grave. Pode ser causada por alguma mudança, como o novo sabão de lavar a roupa ou uma camisa feita de fibras recicladas misteriosas. Erupções doloridas, quentes e semelhantes a queimaduras de sol, que aparecem e desaparecem, especialmente em alguém com febre ou que passou recentemente por uma cirurgia, teve qualquer tipo de ferimento profundo ou mesmo um cateter intravenoso comum inserido, podem ser um sinal de síndrome de choque tóxico (quadro no qual bactérias de pele comuns entram na corrente sanguínea, produzindo toxinas que, em algumas horas, provocam a falência de órgãos). Erupção acompanhada de febre, dor de cabeça e dor nas articulações também pode ser o primeiro sinal de meningite. Fique de olho em qualquer mancha que não fique mais clara quando você a aperta entre os dedos. Este é um teste simples, mas que ajuda a reconhecer problemas sérios. Se a cor mantiver-se a mesma, a erupção requer atenção imediata: você pode estar desenvolvendo um ataque autoimune contra as plaquetas sanguíneas ou até mesmo câncer. Mas essas são apenas as mais perigosas. Existem milhares de manchas e causas diferentes para elas. O clínico geral pode não reconhecer todas, mas ele conhece um dermatologista para indicar que vai fazer isso com segurança. A MAIOR AMEAÇA À SAÚDE DE UM HOMEMO inimigo é o ego. As três regras seguintes vão manter o seu sob controle 1. Não tenha certeza demais de que você sabe o que está acontecendo. Os melhores médicos questionam a si mesmos constantemente. 2. Quando estiver em dúvida, procure ajuda. Sempre que achar que uma situação pode ser perigosa, vá ao pronto-socorro mais próximo. 3. Confie na sua intuição. Mesmo que alguém lhe diga para não se preocupar, se a coisa simplesmente não parece bem vá ao médico. FALTA DE AR Você é um homem saudável, com 30 anos em média, sem nenhum antecedente médico significativo, e acorda no meio da noite com falta de ar. Não teve doença respiratória, não está com tosse ou febre e vou considerar que você não fuma. Sentar-se na cama melhora um pouco. Mas se você se deita e espera essa sensação passar, ela não passa. Tenta respirar fundo, mas isso só faz com que sinta uma pontada no peito. A boca fica seca e o pulso acelera. É de fato assustador. Parte do terror vem de um reflexo – um impulso nervoso liga os pulmões à parte do seu cérebro que experimenta medo. O outro motivo de preocupação é a soma do feio com o improvável, que inclui falência pulmonar, ataque cardíaco e ataque de pânico. Existem centenas de possibilidades para esse quadro – destas, umas dez podem ser fatais até o amanhecer. Aí é uma questão de escolha. Se você acha que ligar para a emergência dá muito trabalho, tente a funerária – único lugar que eu conheço onde não precisa respirar. MUDANÇAS NA VISÃO Os olhos são ligados diretamente ao cérebro. Se você achar que eles estão tentando lhe mostrar algo, preste atenção. Visão dupla pode ser sinal de AVC, de fratura da órbita do olho ou esclerose múltipla. Toda vez que a visão sofrer uma mudança repentina, seja o escurecimento do seu campo visual (AVC), as chamadas moscas volantes (descolamento de retina) ou obscurecimento generalizado da visão (coma diabético iminente), você pode ter graves problemas não apenas nos olhos, mas também em outra parte do corpo. CONCUSSÃO Este é o termo técnico para quando você bate a cabeça com força suficiente para abalar o conteúdo dela. Nós pensávamos que a perda da consciência definia a concussão. Atualmente, sabemos que, mesmo que você não tenha sido nocauteado, um golpe ainda pode romper a fiação do seu cérebro. Resultado: depois que a desorientação inicial passar, você pode ter dor de cabeça, vertigem, náusea e vômitos, mudanças de humor, insônia, perda de memória, dificuldade para falar. Luzes claras e barulhos altos podem ser intoleráveis. Você derruba coisas e perde a linha de raciocínio. A concussão é a forma mais leve de lesão cerebral e não deve ser ignorada de maneira alguma. Se for atingido na cabeça com força suficiente para ficar atordoado, mesmo que por poucos segundos, procure orientação médica imediatamente e ignore qualquer outro conselho dos colegas de time. E mais importante: nunca volte para o jogo! O médico vai pedir pelo menos uma tomografia computadorizada da cabeça e, se ela for normal e houver alguém na sua casa para manter o olho em você (o que significa acordá-lo a cada duas horas para uma breve rodada de “Qual é o seu nome?”, “Quantos dedos você vê aqui?” e “Quem é o presidente?”), ele pode deixá-lo ir embora tranquilamente. FONTE: MENSHEALTH

Hoje, a prática da medicina está tão segmentada que cada médico poderia citar bem mais de dez descobertas que revolucionaram apenas a sua especialidade. Por isso, para montar essa lista da saúde, resolvemos nos basear no livro As Dez Maiores Descobertas da Medicina, de 1999. A obra foi escrita por dois experientes médicos e professores americanos, Meyer Friedman e Gerald W. Friedland. De uma lista inicial de cem grandes feitos, os autores selecionaram os dez finais, que você conhece no quadro ao lado. Para garantir uma eleição democrática, escolhemos dois representantes brasileiros para confirmar o diagnóstico do livro: Ulysses Garzella Meneghelli, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e presidente da Sociedade Brasileira de História da Medicina, e Jair Xavier Guimarães, professor aposentado e médico infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Eles concordaram plenamente com a lista. Claro que ficaram de fora várias descobertas importantes - inclusive dois hormônios ganhadores do Prêmio Nobel: a insulina, que tem um papel essencial no metabolismo do açúcar, e a cortisona, importante antiinflamatório presente em vários remédios. O que torna as descobertas eleitas tão especiais é que elas revolucionaram o conhecimento do corpo humano, das doenças e seus tratamentos. Além de salvar milhões de pessoas, essas descobertas aumentaram a qualidade e a expectativa de vida em todo o mundo. Não bastasse, ainda abriram horizontes para novos estudos. O incrível é que nenhum dos dez cientistas campeões era um gênio, como Einstein. Todos tinham "apenas" muito talento e uma enorme capacidade para investigar aquilo que lhes aguçava a curiosidade.

ANATOMIA MODERNA

DATA - 1543
QUEM - Andreas Vesalius (1514-1564)
COMO - Antes do belga Vesalius, médicos não dissecavam cadáveres. Disputando ossos humanos com cães em cemitérios, ele abria cadáveres à faca e se empapava de sangue em nome da ciência. Arriscava a vida ao mexer em órgãos infectados e podres. O resultado dessas aventuras está em De Humani Corporis Fabrica, Libri Septem, um livro de anatomia com desenhos hiper-realistas considerado uma das obras-primas da medicina.
CONSEQÜÊNCIA - Avanços no estudo de doenças e tratamentos

BACTÉRIAS

DATA - 1675
QUEM - Antony van Leeuwenhoek (1632-1723)
COMO - Ele não era professor nem médico, apenas um comerciante letrado com um "hobby" curioso: fabricar e usar microscópios. O holandês Leeuwenhoek saiu do anonimato quando descobriu, com suas poderosas lentes, criaturas minúsculas agitando-se em uma pequena amostra da água de chuva que havia se acumulado em uma tina. Por acaso, ele acabara de descobrir as bactérias. Daí em diante, passou a examinar ao microscópio tudo o que via, de cocô de pombo ao próprio esperma.
CONSEQÜÊNCIA - Descoberta de uma das maiores causas de doenças e mortes

CIRCULAÇÃO DO SANGUE

DATA - 1628
QUEM - William Harvey (1578-1647)
COMO - Para mostrar o caminho do sangue aos incrédulos, Harvey abria um porco vivo durante suas palestras. Esse médico britânico dedicou a vida a estudar o funcionamento e a anatomia do coração, veias e artérias. O resultado está em Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus, obra fundamental sobre a circulação sanguínea, que pôs por terra conceitos errados que sobreviviam havia 14 séculos.
CONSEQÜÊNCIA - Avanços no estudo de doenças e técnicas cirúrgicas

VACINA

DATA - 1796
QUEM - Edward Jenner (1749-1823)
COMO - Durante muito tempo se lutou contra a varíola. A doença matava até 40% dos doentes e, entre aqueles que sobreviviam, muitos ficavam cegos e desfigurados. O mal também atacava o gado, cavalos e porcos. O britânico Jenner descobriu que, se uma pessoa fosse contaminada pela ferida da varíola bovina, uma forma muito mais branda da doença, ficaria livre de pegar a varíola humana. Estava descoberto o princípio da vacina.
CONSEQÜÊNCIA - Prevenção contra varíola e outras doenças graves

ANESTESIA

DATA - 1842
QUEM - Crawford Long (1815-1878)
COMO - Até o século 19, os pacientes costumavam desmaiar de dor e desespero durante as operações. Foi quando se descobriu o poder anestésico do éter. O primeiro a testar a teoria na mesa de cirurgia foi o americano Long, que convenceu um paciente a cheirar uma toalha embebida em éter até ficar inconsciente. Quando acordou, o sujeito estava sem um cisto no pescoço, sem memória das últimas horas e, melhor, não precisou sentir as dores atrozes da cirurgia.
CONSEQÜÊNCIA - Cirurgias indolores e mais bem-sucedidas

RAIOS X

DATA - 1895
QUEM - Wilhelm Röntgen (1845-1923)
COMO - O alemão Röntgen investigava uma estranha luz amarelo-esverdeada emitida por um aparelho em seu laboratório. Fez vários testes e, desconfiado, chamou a esposa, Bertha, para comprovar seu palpite. Pediu a ela que colocasse a mão esquerda sobre uma chapa fotográfica e ligou o tal aparelho por seis minutos. Quando revelou a chapa, encontrou o desenho dos ossos dos dedos de Bertha e a silhueta de sua aliança. Eram os raios X.
CONSEQÜÊNCIA - Método para diagnósticos mais rápidos e precisos

CULTURA DE TECIDOS

DATA - 1906
QUEM - Ross Harrison (1870-1959)
COMO - O zoologista americano Harrison descobriu como cultivar células vivas em laboratório, independentemente das plantas ou animais de onde vieram. A descoberta permitiu estudar moléculas e células de organismos vivos, desenvolver vacinas contra poliomielite, sarampo, caxumba e raiva, auxiliar na busca de indícios que ajudem a descobrir a causa do câncer e da aids.
CONSEQÜÊNCIA - Revolução no estudo das doenças

COLESTEROL

DATA - 1912
QUEM - Nikolai Anichkov (1885-1964)
COMO - O russo Anichkov alimentou coelhos com gemas de ovos e descobriu que o animal que mais mata seres humanos no mundo é... a galinha. Durante a autópsia, Anichkov notou a presença de placas nas artérias dos coelhinhos, iguais às encontradas nas aortas de corações humanos. Com essa observação, apontou para a medicina o perigo do consumo de colesterol e as doenças provocadas por esse tipo de gordura, como a arteriosclerose.
CONSEQÜÊNCIA - Novos rumos para o estudo das doenças cardíacas

ANTIBIÓTICOS

DATA - 1929
QUEM - Alexander Fleming (1881-1955)
COMO - O médico e bacteriologista escocês Fleming descobriu, em 1929, a fórmula da penicilina, o primeiro antibiótico do mundo. Mas foram necessários mais de 12 anos para que se chegasse à etapa de ministrar a nova fórmula em humanos, o que ocorreu somente durante a Segunda Guerra Mundial. Base dos antibióticos, a penicilina revolucionou a medicina e deu impulso decisivo à moderna indústria farmacêutica.
CONSEQÜÊNCIA - A melhor arma contra bactérias

DNA

DATA - 1953
QUEM - Maurice Wilkins (1916-2004)
COMO - A maior parte dos méritos pela descoberta do DNA coube a James Watson e Francis Crick. A dupla de cientistas publicou, em 1953, um artigo em que desvendavam o mistério da estrutura de espiral dupla que caracteriza a "chave da vida". No entanto, a façanha não seria possível sem os estudos do físico neozelandês Wilkins, o primeiro a isolar uma molécula de DNA e fotografá-la com raios X, revelando a forma helicoidal.
CONSEQÜÊNCIA - Revolução na biologia molecular

FONTE:As Dez Maiores Descobertas da Medicina - Meyer Friedman e Gerald W. Friediand, Cia. das Letras, 1999

Como Conquistar um Homem