Giovanna Tavares
Comer muito não é sinônimo de comer bem. Crianças precisam saber respeitar a própria saciedade desde pequenas
Com a chegada da hora da refeição, vem o desespero. A criança não quer comer, corre pela casa, só senta à mesa à força e chora, muitas vezes pedindo doces e guloseimas.
Por medo de que os filhos sintam fome mais tarde, é natural que as mães forcem os pequenos a “limpar o prato”. O momento de comer, que deveria ser prazeroso, se transforma em uma batalha sem fim. (Veja, ao final da página, 30 alimentos que seu filho não pode deixar de comer).
Apesar da atitude ser compreensiva, já que é motivada pela preocupação dos pais, especialistas garantem que esse é um hábito prejudicial para a saúde das crianças. Forçá-las a comer tem consequências negativas imediatas e no longo prazo.
“Em primeiro lugar, vem o desconforto. A refeição de família se torna um estresse, já que a mãe vai para a mesa exausta e irritada, passando essa mensagem para a criança. No futuro, pode estimular também a obesidade. A criança já está saciada, mas continua a comer porque sempre foi obrigada a raspar o prato”, esclarece Natasha Slhessarenko, pediatra do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica.
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A alimentação correta das crianças de acordo com a faixa etária
Comer além do necessário também tem efeitos no organismo infantil, não só no aspecto emocional. Quanto mais a criança come, mais distendido fica o estômago. Se isso se torna algo rotineiro, há um crescimento desproporcional desse órgão, favorecendo o surgimento de doenças como a obesidade e o sobrepeso.
Limites
A refeição deixa de ser natural e se torna uma obrigação quando a saciedade não é respeitada pelos pais. Castigos físicos e barganhas só agravam o erro. A criança é condicionada a só se alimentar se ganhar algo em troca, como refrigerante e chocolate. Na pior das hipóteses, ela come porque tem medo de sofrer alguma agressão física.
“Infelizmente, existem muitas crianças que se alimentam nessas condições. A mãe já vai para mesa estressadíssima, com o cinto na mão. Isso gera problemas de natureza psicológica nos filhos. As mães precisam saber que não é incomum que a criança tenha pouco apetite e coma pequenas porções”, afirma Natasha.
Não existe uma quantidade de comida padrão e ideal para os pequenos. Por isso, é normal que alguns comam mais e outros menos. Comparar o apetite dos filhos com os demais amiguinhos é uma das armadilhas para se preocupar em vão.
“O jeito certo de saber se a criança está bem alimentada é observar se ela está crescendo e ganhando peso direito. Se a curva de crescimento infantil estiver com algum problema, é necessário investigar. Às vezes, a criança sofre com uma deficiência nutricional por conta de alguma doença específica, como a anemia”, reforça a especialista em nutrologia Ana Luisa Vilela. Ou seja: nenhuma relação com o fato de comer pouco ou comer muito.
Quando menos é mais
Mais do que se preocupar com a quantidade de alimentos que os filhos estão ingerindo, pais precisam atentar à qualidade nutricional da comida. Não adianta reclamar que a criança não está almoçando ou jantando direito se, no intervalo das refeições, ela come todo tipo de alimento industrializado. Se os adultos permitem isso, é natural que ela não sinta fome quando deveria, ou seja, no momento da refeição de verdade.
Por isso, os filhos devem ser estimulados a comer apenas o que aguentarem, mas no momento certo. Para evitar o desperdício, o melhor a se fazer é separar pequenas porções de comida e oferecer à criança. Se ela ainda sentir fome, a mãe pode escolher alguma fruta ou um suco natural de sobremesa.
Incentivar uma alimentação saudável e obrigar a criança a comer são duas situações muito distintas. Na primeira, a mãe explora o máximo da criatividade para que a criança se interesse pelos alimentos e saiba apreciar o momento da refeição.
Assim, é possível criar uma expectativa positiva nos filhos. Eles começam a esperar pela hora de comer, justamente por ser um momento feliz e descontraído, em família. Outro detalhe importante tem relação com a postura dos pais na mesa. Eles são os maiores exemplos da criança. Se as refeições são sempre corridas e de baixa qualidade nutricional, isso será absorvido pelos pequenos, perpetuando os hábitos negativos.
Fonte de fibras, a maça contém catequinas, substâncias antioxidantes associadas à boa saúde pulmonar
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A banana é a fruta do sistema nervoso central e da felicidade por ajudar a produzir serotonina, o hormônio do bem-estar. Amassada ou picada, as crianças irão adorar
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Peixes, principalmente aqueles de águas profundas e frias, são fontes de ômega-3, importante para o desenvolvimento cerebral e intelectual
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Famoso por evitar prisão de ventre, mamão também é importante para a saúde dos olhos por conter vitamina A
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Rica em vitaminas A, C, E e em cálcio, couve é importante para a formação dos ossos e contribui para o sistema imunológico. Você pode adicioná-la à sopa
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Rica em ferro e zinco, a abóbora está relacionada à formação adequada de glóbulos vermelhos no organismo. Para uma aceitação melhor, tente misturá-la ao feijão
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Fonte de ferro, o feijão evita anemia e pode ser combinado com alimentos que contenham vitamina C para a melhor a absorção do mineral
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Rica em diversas vitaminas e sais minerais, a castanha protege células cerebrais e fortalece o sistema imunológico. Tente triturá-la e colocá-la por cima da salada de fruta
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Lentilha é rica em triptofano e fibras. É ótima para fortalecer os ossos. O ideal é variar a lentilha com feijão e grão de bico no dia a dia
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Leite é importante para evitar osteoporose no futuro por ser fonte de cálcio e diferentes proteínas. Pode ser consumido de diversas formas como puro, com cereal ou frutas
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Conhecida fonte de vitamina C, laranja colabora para o funcionamento das defesas do organismo. Que tal montar um arco-íris de frutas usando laranja?
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Rico em vitamina C, potássio e manganês, o maracujá contém também passiflora, substância que lhe dá a fama de calmante natural
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Iogurte é rico em cálcio, importante para o desenvolvimento normal da criança. Pode dar um sabor especial se consumido com frutas no café da manhã
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Por ser rica em vitamina B1,a berinjela colabora para o crescimento saudável da criança. Para conseguir uma boa aceitação, que tal envolver a criança no preparo do prato?
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Fontes de vitamina C, as frutas vermelhas ajudam a fortalecer o sistema imunológico e possuem nutrientes que colaboram para a saúde dos músculos
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O ovo é rico em colina e glutamina, nutrientes importantes para o desenvolvimento do cérebro
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Ideal para o fortalecimento do organismo. Pode ser um corante natural para panquecas ou usado em deliciosos bolinhos
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Goiaba contém licopeno, importante antioxidante que protege as células. É ótima para crianças por favorecer absorção de ferro no organismo
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Fonte de betacaroteno, cenoura ajuda a proteger a visão. O consumo pode ser em salada ou misturada ao arroz. Também dá um ótimo cabelo de palhaço em um divertido prato
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Cereais integrais são ricos em fibras e importantes para o bom funcionamento do intestino. Ofereça banana com aveia ou misture granola com iogurte
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Brócolis pode proteger o organismo contra alguns tipos de câncer. Faça uma linda floresta no prato das crianças. Elas vão devorar todas as ‘árvores’
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Fonte de proteína e ferro, a carne vermelha combate a anemia
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Beterraba é um dos legumes que apresentam maior potencial antioxidante. Tente misturá-la ao arroz para criar um prato cor de rosa. Diversão garantida!
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A água de coco tem alto poder hidratante e auxilia no bom funcionamento do sistema digestivo
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Rico em vitamina C e magnésio, o abacaxi auxilia na digestão e no funcionamento do sistema imunológico. Melhor ainda se a criança comer a fruta in natura
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A ameixa facilita a digestão tanto para adultos quanto para crianças. O ideal é oferecer a própria fruta, mas se for preciso você pode misturá-la com gelatina
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Rica em lactucina e folato, a folha de alface tem propriedade calmante e colabora para evitar a depressão
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A acerola é muito rica em vitamina C. A fruta pode auxiliar no tratamento da diarréia
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Fonte de vitamina E e magnésio, acelga é importante para o sistema imunológico e desenvolvimento de ossos e dentes. Que tal montar um lindo sanduíche natural?
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Nutritivo e energético, o abacate não pode ficar de fora da lista
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