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Taís Toti


Para economizar, por não gostar de salões de beleza ou por pura ousadia, muitas mulheres cortam os próprios cabelos. Cabeleireiros não recomendam, mas dão dicas preciosas

Na hora de testar um novo corte ou apenas se livrar das pontas ressecadas, o mais comum é ligar para o salão e marcar um horário. Mas não são todas as mulheres que fazem isso. Em busca de ter mais controle sobre o estilo dos cabelos, por não gostar do clima dos salões ou para economizar, muitas delas preferem cortar os próprios cabelos sozinhas.




A estilista Aline Spencer não se lembra de ter ido mais que duas vezes ao salão de beleza. Quando criança, era a mãe que fazia o papel de cabeleireira. Aos 14 anos, recorreu a um profissional para um corte bem curto, e desde então nunca mais voltou ao salão.


O primeiro "autocorte" de Aline foi aos 18 anos. Ela estagiava numa grife quando o profissional responsável pela beleza de um ensaio fotográfico comentou que ela ficaria bem de cabelo curto. Ela não hesitou em se livrar do cabelão, e, como gostou da mudança, tentou repetir em casa. "Enquanto ele foi cortando eu fui observando como ele fazia. Um tempo depois eu queria manter o corte e foi quando eu mesma cortei".


A primeira tentativa de cortar sozinha "super deu certo", e desde então ela vem treinando no próprio cabelo, variando entre cortes retos, em camadas e navalhados. Apesar da experiência, a estilista ainda não tem confiança para fazer todos os tipos de corte. "Tem um curtinho que eu gostaria de fazer, mas, para esse, terei que ir no salão".


Para mudar os cabelos em casa, ela utiliza apenas uma tesoura, um espelho, e um celular, que usa para tirar fotos e conferir o comprimento. "Começo sempre com a parte de trás e de baixo, pois é nessa parte que eu deixo do tamanho que eu quero. Depois faço a parte de cima, que é onde realmente aparece". E, com o método dando certo, não faltam motivos para Aline continuar cortando o próprio cabelo. "Primeiro que eu detesto ambiente de salão, segundo por grana, pois hoje em dia tudo está extremamente caro, e terceiro por comodidade".




Negócio arriscado
Desde 2006, a assistente de direção Marina Poema vem alternando entre cortar o cabelo em casa ou no salão. "Às vezes dá certo, às vezes não", diz, tanto sobre cortar sozinha ou com um profissional. "Uma vez errei no comprimento da franja. Errei tanto que ela chegou até a arrepiar numa das laterais. E aí franja não tem jeito, né? Esperei crescer".


Mas a má experiência não desanimou Marina, que usa o instinto para guiar os cortes. Ela foi aprendendo sozinha a usar a tesoura e também conhecendo mais sobre seus fios. "Meu cabelo não reage bem desfiado demais, começa a ficar com cara de seco e armar. O lado bom de cortar o próprio cabelo é que eu, melhor que ninguém, sei como meu cabelo reage".


Apesar de se virar bem sozinha, algumas vezes a assistente de direção conta com os amigos nas horas (de cortes) mais difíceis. "Separo o cabelo em mechas, divido no meio e puxo a parte de baixo pra frente e corto, a parte de cima eu levanto para o alto. Mas não faço aquele corte ultrapreciso. Quando eu preciso que fique mais certinho, aí eu peço ajuda".


Foi depois de conhecer amigos que cortavam o próprio cabelo que Marina perdeu o receio de tentar a técnica em casa. "Na faculdade sempre tem as pessoas que cortam os próprios cabelos, por estilo, ou porque universitário é sempre duro", brinca. "Eu nunca gostei de ter muito apego ao cabelo, fico com 'siricotico' se estou muito tempo com o cabelo do mesmo jeito. Já cortei curto, deixei comprido, tingi, cortei franja. Muitas vezes nada radical, mas alguma coisa tem que mudar". O namorado da época foi a cobaia na primeira vez que Marina usou as tesouras, e até hoje ela também usa as habilidades cortando o cabelo de amigos.




Trauma de salão
A estilista Fernanda Pappalardo começou a cortar o próprio cabelo aos 16 anos, após um corte de cabelo desastroso no salão. O medo dos salões de beleza passou e ela revezava os cortes em casa e com um profissional, mas atualmente já está há um ano cortando apenas sozinha - contando, às vezes, com a ajuda da mãe para ajeitar os pontos cegos. Os cortes em casa ainda não geraram nenhum trauma. "Desde a primeira vez deu certo. Mas acredito que o mérito desse sucesso tenha sido da minha aversão ao corte inicial feito no salão".


Ela adquiriu duas tesouras próprias para cabelos e até aprendeu algumas técnicas para desfiar. "Sempre usei mais o instinto, mas confesso que aprendi uma coisa ou outra nos programas da tarde voltados para as donas de casa", assume.


Segundo a estilista, o cabelo comprido facilita no “autocorte”, mas o verdadeiro incentivo para ter abandonado os salões no último ano foi o preço alto. "É mais uma tentativa de manter o corte. O último que fiz custou R$ 115 a seco, então acho que foi o que me encorajou a dar uma abandonada. E tenho uma franja curta que precisa de corte constante, não estou com R$ 20, R$ 30 só pra aparar a franja não".


É a franja curta a parte mais arriscada nos "autocortes", mas nada que Fernanda não consiga lidar. "Às vezes fico com um lado mais curto que o outro. Mas tudo bem também né... finjo que é a proposta, nos dias que estou segura", diz a estilista, que costuma ser comedida nos cortes. "Nunca cometi nenhum desastre que não pudesse esconder com um turbante ou um elástico de cabelo".



Opinião profissional
Walter Leal, cabeleireiro do Studio W, não recomenda que se corte o cabelo em casa. "É muito mais simples e seguro procurar um profissional, principalmente se você gosta de estilo e sofisticação". Mesmo assim, ele dá algumas recomendações para quem quer cortar os cabelos sozinha.


"Para um repicado sutil, separe o cabelo em duas partes, da frente e de trás. Coloque a parte da frente para cima e corte reto, lembrando de cortar o menos possível". Para finalizar, é só pegar toda a parte de trás, levar para cima e cortar reto, no mesmo procedimento da parte de cima.


Para o comprimento, Walter recomenda colocar todo o cabelo para frente e aparar. "Medindo na altura dos seios ou abaixo dos seios, assim teremos uma base mais sólida".


Na hora da franja, a dica é sempre ser moderado na hora de cortar. "Se você errar a franja, você erra o corte inteiro", diz Walter. Para as franjas abaixo da altura do nariz, é possível consertar caso o corte dê errado. Já para as mais curtas, a única solução é esperar crescer.


"Lembrando que cortar cabelo sempre é difícil, até mesmo para o cabeleireiro, por causa da diversidade de cabelos. Então o corte de cabelo não se resume apenas em um tipo de corte e sim na proposta do corte, considerando o volume e a textura", finaliza Walter.




Fonte: Cortar os cabelos em casa: boa solução ou negócio arriscado?»

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