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As mães, em geral, têm muita dificuldade em aceitar que os filhos já cresceram e que, portanto, a relação tem de ser mudada. A relação com uma criança se caracteriza sobretudo pela proteção, uma vez que ela ainda não tem conhecimento e treino necessário para lidar com as dificuldades da vida. Os pais decidem no seu lugar e determinam constantemente o que é certo, o que deve ser feito e o que tem de ser evitado.

O relacionamento com o adulto, ao contrário, baseia-se na liberdade. O filho adulto deve decidir por si mesmo, tem de assumir os riscos de suas ações, tem o direito de atender seus próprios desejos e tem o direito inclusive de errar e aprender com os próprios erros. As mães, principalmente as ciumentas, não querem se tornar dispensáveis e insistem em manter com os filhos, mesmo adultos, a relação de domínio, de determinação e de controle. Isso cria uma tensão desnecessária, um atrito entre mãe e filhos, aumentando no filho sentimentos de ansiedade e culpa. E para piorar, os pais que ignoram a autonomia dos filhos acreditam ser amor essa preocupação excessiva e o desejo que os filhos façam aquilo que eles, pais, imaginam ser o melhor para a outra pessoa. Não tiveram a humildade de sair do amor-proteção para o amor-liberdade.


Qualquer indivíduo, à medida que cresce, deve ir se tornando pessoa, cuja marca fundamental é a sua autonomia, ou seja, a capacidade de assumir a própria vida escolhendo os acertos e os erros de sua existência. E já que a liberdade é a condição necessária para a felicidade, os pais controladores estão lutando contra a paz interna e a tranquilidade dos filhos. Por isso, o leitor diz: “Não aguento mais”. O que ele ignora é que não adianta reclamar da mãe, se ele aceita a relação infantil proposta pelas ações maternas. Ele, e somente ele, pode tomar atitudes que resolvam o problema.


E por que os filhos têm tanta dificuldade em barrar a atitude controladora dos pais? Por causa de dois sentimentos que também foram apreendidos na relação pais e filhos: culpa e pena. Trabalhar esses dois sentimentos adoecidos é que possibilitará ao leitor dar um basta na tentativa materna de conservar uma relação que já se esgotou e que lhe faz mal. Não faz sentido colocar um casaquinho de um menino de 8 anos em um adulto de 30, mesmo que ele esteja morrendo de frio. 

fonte:http://aqui.uai.com.br/app/noticia/colunas/antonio-roberto-e-voce/2012/03/23/interna_antonioroberto,8009/minha-mae-me-trata-como-crianca.shtml

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