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Prezados leitores, hoje é dia da Coluna das quartas-feiras: Minha história com Jane Austen! 
A coluna de hoje traz uma versão diferente da 'minha história com Jane Austen', Anaisa fará uma análise de Austen. Espero que gostem! 

Com vocês: Anaisa Lejambre

Anaísa é jornalista e mora em Curitiba. 
Conheça aqui o blog de Anaísa.

Palavras que ultrapassam séculos

Vidas que foram separadas pelo destino e que anos mais tarde se reencontrariam para criar esta doce e relaxante história. Personagens ambíguos, irônicos e que representassem a sociedade da época. Com pequenas descrições de lugares e situações nos permitem visualizar cada um deles, como se estivéssemos vivenciando cada momento com os personagens. A paixão que nasce entre eles, a confusão, a descoberta de novos sentimentos e a como lidar com isto fica presente na obra o tempo todo. Diversos temas são tratados de diferentes maneiras que não tem época certa para escrever, mesmo que seja século passado. O que muda é a maneira de falar, a maneira de agir e as roupas que vestem. “Emma”, de Jane Austen, foi uma das criações mais marcantes na história da escritora, tanto que é a única vez que ela utiliza o nome de um personagem como título do livro. Uma menina mimada, acostumada ao melhor da vida e que acha no direito de mudar as vidas das pessoas em volta como se fossem marionetes.

Segundo Austen, esta personagem foi criada para ela e não para os leitores, porque muito provavelmente não iam simpatizar com esta criação. Engano dela, fez tanto sucesso, que passam anos e surgem cada vez mais adaptações no cinema e na televisão.
A história gira em torno de Emma Wodhouse que é uma garota mimada, bonita, inteligente e rica. Ela vive confortavelmente na pequena cidade de Highbury, no interior da Inglaterra. Tudo se inicia com o casamento da Srta. Taylor, sua governanta, com seu vizinho, Sr. Weston. Com esta mudança, Emma sente um vazio em sua vida, porque acredita ter perdido uma pessoa tão querida, por este motivo, resolve arranjar uma nova amiga: Harriet Smith. Para ocupar seu tempo, Emma procura um marido para a Srta. Smith e também tenta moldá-la para servir a sociedade. Com personagens interessantes como Srta. Jane Fairfax e Frank Churchill constrói a história da alta sociedade da época. Três crianças que cresceram em ambientes distintos e que perderam familiares quando pequenos.

Uma história comovente, em que o leitor não conhece a situação como um todo. A forma que Austen escreve, a capacidade que tem de fazer com que o leitor acompanhe a vida de cada personagem, sem se tornar cansativa, demonstra o quanto esta escritora merece cada elogio. Ela nasceu em 1975 e faleceu em 1817, antes de ser publicada as obras “Persuasão” e “Abadia”. Foi uma grande autora inglesa, completamente apaixonada por livros. A sua primeira obra, “Abadia de Northanger”, depois foi publicado “Razão e Sensibilidade” que conseguiu alcançar um êxito que a deixou muito animada, vindo a publicar o seu livro mais conhecido “Orgulho e preconceito”. Quem não ouviu falar da autora, com certeza deve ter ouvido falar deste livro em especial. Tornando-a muito conhecida, com poucos livros lançados, foi o suficiente para ser consagrada durante séculos.

Sendo este o único livro de Austen que li, posso comentar o quanto fiquei fascinada por sua obra, a forma irônica que escreve e a sua capacidade de formar seus personagens é distinto. Não é um romance convencional, porque nem tudo gira em torno dos personagens principais e sim daqueles que pensamos ser secundários, fazendo-os participar ativamente da história. Cada personagem garante seu espaço no relato, moldando a trama e sempre em busca de alguma revelação. Quando o leitor acredita ter descoberto o que acontecia, mais um segredo vem à tona. 

 “Emma” teve algumas adaptações para o cinema e uma série produzida pela BBC. Assisti a adaptação feita em 1996, em que Gwyneth Paltrow interpretou a personagem principal e Jeremy Northam o Sr. Knightley. Um filme razoável, poderia ser considerado bom, apesar de ter arrecadado uns $ 38 milhões, porém a série não tem nem comparação. Em 2009, a BBC resolveu fazer a série desta grande obra, conseguindo captar a essência dos personagens criados pela autora. Nesta produção quem interpretou Emma foi Romola Garai, a mesma que participou do filme: “Dirty Dancing – noites em Havana”. E Sr. Knightley foi caracterizado por Jonny Lee Miller, o que interpreta atualmente Sherlock Holmes, na série “Elementary”. No site oficial do www.imdb.com, os internautas avaliaram esta produção em 8.3. Uma boa nota.

Enquanto lia esta obra, lembrei-me que uma vez eu li uma reportagem em que analisava comédias românticas de adolescentes e o quanto elas se baseavam em grandes nomes da literatura. Lendo “Emma” percebia que este autor tinha razão. Quem nunca ouviu falar do filme “As Patricinhas de Bervely Hills”? Pois é, este filme realmente se baseou em “Emma”, não poderei entrar tanto em detalhes, para não contar spoilers no texto. Mas posso dizer que a menina mimada ou patricinha daquele século, que tenta mudar a vida das pessoas, influenciando-as a como se comportar ou de quem gostar, é a mesma história criada por Amy Heckerling, em 1995.


O que comprova mais ainda que não importe que Austen tenha escrito poucos livros, mas com certeza fez a diferença para a Literatura Inglesa e Mundial. Conseguiu fazer sucesso até os dias atuais. 

Trailer da série produzida pela BBC (2009):  

 Uma cena do filme de 1996:

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