E o amor, essa raposa! como diz Arnaldo Jabour. Algo tão lindo, profundo que vem de dentro, que cresce, amadurece e com o tempo ganha forma, tamanho, cor e sabor. O amor tão puro, a conexão entre duas pessoas que acontece sem aviso, envolve, conecta e deixa agente bobo.
Mas nem sempre é assim que começa o amor, os valores $$ falam mais alto. O que passa a importar é o que o outro tem e não o que o outro é. O dinheiro tomou o lugar do amor a todo custo. Há poucos anos atrás eram os pais que arranjavam os casamentos dos filhos, relação essa que já começa considerando o dinheiro, o dote, mais importante do que o sentimento. Muitos desses relacionamentos que se iniciavam desse jeito se transformavam em amor verdadeiro depois. Nos tempos atuais esta tudo invertido, os filhos escolhem seus próprios companheiros, que por sua vez preferem os que tem algo para oferecer, que tenham carro, um bom emprego, uma casa e bom dinheiro, o resto, o resto é resto, e o amor não significa nada. O amor se tornou um verdadeiro contrato, que se baseia no dinheiro envolvido.
Essa questão bem antiga e atual foi inserida no contexto do livro de Ariano Suassuna, O Santo e a Porca, de forma engraçada, mas que faz refletir, dinheiro é tudo que importa? E amor, o verdadeiro amor onde fica?
Crônica escrita para um trabalho acadêmico sobre o livro O Santo e a Porca de Ariano Suassuna.
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