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Na manhã seguinte reparei que não tinha levado o celular para praia e quando o peguei  vi que tinha duas ligações perdidas de Heny e uma mensagem:

Feliz Ano novo minha pequena
Que esse ano traga experiências inesquecíveis e momentos únicos para nós dois.
Um beijo cheio de amor, Henry.

Meu coração de repente acelerou com aquelas palavras tão repletas de carinho. Nós dois... essas duas palavrinhas martelaram na minha pelo resto do dia. Faltava um mês para nos vermos de novo na faculdade e eu desejando que fosse agora, olhar nos seus olhos de mel e abraçar seus braços com força de tanta saudade que estava sentindo.

- Meu Deus o que esta acontecendo comigo? Repeti em voz alta pra mim mesmo e para Deus.
- O quê Ana? Peguntou minha mãe enquanto cortava uma cenoura para o almoço.
- Nada mãe, nada. Respondi com vergonha de ter falado aquilo em voz alta.
Estava na mesa da cozinha, da casa alugada pelo grupo em Búzios, fazendo a salada.Quando terminei peguei o celular e retornei a chamada de Henry, depois de não parar de pensar em sua mensagem.

Depois de duas chamadas ele atende:
- Pensei que não ia me ligar e que já tinha me esquecido. Disse ele com uma voz descontraída.
- Não levei o celular para praia ontem, só vi sua mensagem hoje de manhã. Como foi sua noite de ano novo? Perguntei um pouco nervosa.
- Foi bem. Senti sua falta esses dias. Confessou mais baixo.
- Eu também, só faltou você lá no luau.
- Todos foram? Até Edu? - Numa curiosidade nova, perguntou.
- Sim, todos foram, menos você. Enfatizando a falta da sua presença.
- Você sentiu minha falta? Ele me perguntou, ainda em tom baixo.
- Senti.
Um silêncio veio e durou alguns segundos que pareceram minutos.
- Não vejo a hora de ti ver de novo. Admitiu ele com firmeza.
- Éeee... Gaguejei desajeitada.
Totalmente aturdida por sua voz, despertei zonza com Cassie me gritando no andar de baixo. Ele tinha ouvido e falou:
- Se quiser pode ir, depois agente se fala.
- Tá, me liga mais tarde.
- Te ligo com certeza.
Bati primeiro antes de desistir da ideia. Desci correndo as escadas não me dando tempo de pensar na conversa, ficando ela em segundo plano na minha mente quando avistei Cassie.
- O que foi Cassie? 
- Ouvi você no primeiro andar, pensei que ainda estivesse dormindo. Preciso te contar uma coisa. Falou ela animadissíma.
- Fala logo então. Disse depressa.
- Peraí, quem tava lá em cima com você? Estava falando com alguém no celular? Perguntou ela como se não houvesse percebido isso antes.
- O que é que você acha? Falando sozinha é que não tava né? Respondi e sorri ao mesmo tempo lembrando dele, mas hesitei em lhe contar o que estava acontecendo.
Depois ela ficou horas durante e depois do almoço contando pra mim e para Lua sobre Valentim, o baterista de lá da igreja. Cassie parecia uma adolescente apaixonada em um de seus desvaneios de amor, ouvia com atenção desejando não parecer nem um pouco com isso quando me apaixonasse por alguém. Assim que pensei "quando me apaixonar por alguém", lembrei dele outra vez.
Não era possível que isso estivesse acontecendo logo comigo, logo por Henry, era óbvio que ele era um cara ótimo, atencioso, tinha uma conversa boa, além de ser lindo trazia um ar misterioso que involuntariamente eu queria desvendar.

Continua...


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